Interlagos foi fabricado no País de 1961 e 1966, com total de 822 unidades em três versões |
Helder Lima
Quem quiser saber da história do modelo esportivo
Renault Alpine 110, que está comemorando 50 anos, fatalmente terá de passar
pelo Willys Interlagos, versão brasileira do Alpine lançada nos anos 60, que
foi o primeiro carro esportivo fabricado no País.
Modelo dos anos 60 foi o primeiro esportivo brasileiro |
O pequeno modelo despertou a cobiça de quem era jovem
na década de 60 e hoje arranca suspiros dos admiradores de automóveis antigos.
Seu principal concorrente nas ruas era o esportivo Puma, fabricado em fibra de
vidro sobre plataforma mecânica da Volkswagen.
Motor traseiro compacto era o mesmo que equipava os modelos Renault Gordini e Dauphine |
O Interlagos começou a ser fabricado em 1961 sob a
chancela da Willys Overland – que obteve na época a licença da Renault. O
Alpine recebeu temperos bem brasileiros, o que lhe garantiu ‘alma’ diferenciada
em relação ao veículo comercializado na Europa.
Foram produzidas 822 unidades do modelo nas versões cupê, conversível e berlineta |
O nome ‘Interlagos’ foi uma sugestão criativa que
partiu do publicitário Mauro Salles para homenagear o principal autódromo do
País. A referência “caiu bem” ao esportivo, pois, foi guiando a versão de
corrida do Willys Interlagos que ícones do automobilismo verde-amarelo, como
Bird Clemente, inspiraram os novatos que surgiam, notadamente Emerson
Fittipaldi, Wilson Fittipaldi Jr. e José Carlos Pace, numa época em que os
pilotos brasileiros começavam a se profissionalizar.
Entre 1961 e 1966, numa época que a indústria
automobilística nacional ainda estava se estabelecendo por aqui, foram
produzidas, sob encomenda, 822 preciosas unidades do modelo nas versões cupê,
conversível e berlineta (uma espécie de cupê dois volumes, cujo vidro traseiro
não está incorporado ao porta-malas).
Motor mais potente tinha 70 cavalos
A versão de série do Interlagos era equipado com motor
de quatro cilindros, instalado na traseira, com três capacidades volumétricas:
845, 904 ou 998 cm³, com potência variando de 40 cv a 70 cv. O propulsor tinha
a tarefa de empurrar apenas pouco menos de 600 quilos. Com apenas 3,7 metros de
comprimento (3 cm
a menos que um Clio) e carroceria de plástico reforçado e fibra de vidro, o
baixo peso e o ajustado câmbio mecânico de quatro marchas eram dois dos trunfos
do Interlagos para garantir o prazer ao volante de motoristas e pilotos. Com
isso, o motor mais potente, com 70 cv, levava o modelo a 160 km/h .
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