domingo, 19 de maio de 2013

Ford adota realidade virtual para criar os protótipos dos carros do futuro


Ambiente em 3D projeta ao redor do motorista o interior do veículo em desenvolvimento: simulações rápidas
Helder Lima

A Ford pretende mudar o modo como os carros são projetados e desenvolvidos com o uso de um ambiente de realidade virtual 3D criado por computador, chamado “3-D CAVE” (Computer Automated Virtual Environment). 

Essa tecnologia permite testar e refinar detalhes do projeto de um carro novo, desde o tamanho e posição dos porta-copos até a visibilidade do vidro traseiro, entre outros detalhes, sem ter de investir tempo e recursos na construção de múltiplos protótipos.

À primeira vista, o lugar onde esse trabalho é realizado parece estranho: uma caixa de três lados com grandes paredes e teto brancos, onde são projetadas imagens e a estrutura do interior de um carro ao meio. 

Quando se senta no banco do carro, usando óculos 3D com detectores de movimento, as telas mostram instantaneamente um mundo virtual simulado por computador.

O 3-D CAVE permite aos engenheiros da montadora em Colônia (Alemanha) sentar no banco do simulador enquanto imagens em 3D são projetadas no teto e nas paredes. Usando óculos especiais polarizados, monitorados por um sistema infravermelho de detecção de movimento, eles interagem com o veículo virtual para determinar, por exemplo, o alcance dos retrovisores traseiros.

O CAVE usa imagens animadas de pedestres e ciclistas para ajudar os engenheiros a avaliar a visibilidade da cabine. Ele também permite examinar e comparar diversos projetos ao toque de um botão – inclusive o interior de veículos produzidos por outras marcas. A Ford tem uma unidade idêntica do CAVE instalada em sua sede em Dearborn (EUA), além de versões mais simples que podem ser transportadas para a simulação de protótipos pelo mundo.

Impressora 3D agiliza produção de protótipos

Quando a construção de um protótipo físico é realmente necessária, a Ford usa impressoras 3D, que reproduzem formas complexas sobrepondo milhares de camadas ultrafinas de material. Os componentes criados dessa forma podem utilizar até três tipos diferentes de resina, com texturas diferentes, e medir até 700 milímetros.

A Ford usou essa técnica para produzir as maçanetas das portas e os encostos dos bancos durante o desenvolvimento de modelos como o B-MAX e o acabamento dos pilares dianteiros e batentes do porta-malas do Kuga. A marca pesquisa, agora, a produção em larga escala de peças de veículos usando essa tecnologia.

“A impressão 3D permite criar todo tipo de formas complexas e componentes, que anteriormente exigiriam muitas horas de trabalho e recursos para a usinagem manual”, diz Sandro Piroddi, supervisor de tecnologias rápidas da Ford Europa. “Ela tem um grande potencial na produção de veículos Ford no futuro.”


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