Monoposto – Veículo trabalha com sistema adicional de potência, mas uso será limitado pela FIA |
Helder Lima
As empresas Renault e Spark Racing entregaram na semana passada para as equipes as primeiras unidades dos monopostos elétricos que vão disputar o campeonato mundial de Fórmula E a partir do dia 13 de setembro, em Pequim.
A entrega ocorreu no circuito
inglês de Donington Park. O campeonato é organizado pela FIA, a mesma entidade
dirige a Fórmula 1, e a duração dessa primeira temporada com carros de
propulsão 100% elétrica termina em junho de 2015.
Campeonato de elétricos começa em setembro e deve passar por dez cidades no mundo |
O campeonato vai passar por dez
cidades no mundo, entre elas, Londres, Beijing e Los Angeles. As provas
contarão com a participação de dez equipes, cada uma delas com dois pilotos, e
cada um destes, por sua vez, contará com dois carros.
Spark-Renault SRT-01E – Primeira unidades foram entregues às equipes na semana passada |
As provas serão disputadas em um
dia único de eventos, incluindo treino, qualificação e a corrida propriamente
dita. Esse concentração foi decidida para que os custos ficassem menores.
Volante – Todas as informações e comandos estão reunidas em peça única |
Cada corrida terá aproximadamente
uma hora, e os pilotos vão fazer um pit stop para trocar de carro.
Os mopostos tem motor que
desenvolve 180 cv de potência máxima, mas há um sistema de propulsão adicional
que eleva a potência para 270 cv e pode ser acionado por meio de um botão no
painel, chamado de 'boost button'.
Em cada corrida, o piloto poderá
usar o recurso da potência em um número limitado de vezes, de acordo definição
da FIA. Como o uso desse sistema também está relacionado ao consumo de energia,
o piloto terá de usar seu talento para obter o melhor resultado. O piloto que
fizer a volta mais rápida receberá dois pontos adicionais.
Campeonato inspira desenvolvimento tecnológico
O campeonato de Fórmula E foi
concebido pela FIA para ser um evento aberto, o que quer dizer que qualquer
fabricante de veículos elétricos pode participar, desde que observe as
especificações técnicas da associação para construir o carro.
Com esse formato, a FIA espera contribuir
para o desenvolvimento tecnológico do carro elétrico como alternativa de
mobilidade no mercado global.
O modelo Spark-Renault SRT-01E,
entregue às equipes, é o primeiro homologado pela FIA.
A tecnologia do monoposto foi viabilizada por um consórcio
entre várias companhias. A Spark Racing Technology, dirigida por Frédéric
Vasseur, trabalhou em colaboração com empresas como a italiana Dallara, que
construiu o chassi e o conceito aerodinâmico. O chassi é fabricado em fibra de
carbono e alumínio.
O motor e componentes eletrônicos foram fornecidos pela
McLaren, enquanto a Willians desenvolveu as baterias que vão permitir aos
veículos acalçar a potência de 270 cavalos. A caixa de câmbio sequencial vem da
Hewland e os pneus são da Michelin.
DESEMPENHO
O monoposto da Fórmula E acelera de zero a 100 km/h em três
segundos. Sua velocidade máxima, limitada pela FIA, é de 225 kmh. Durante as
provas, o fornecimento de energia para cada carro estará limitado a 30 kWh.
Esse fornecimento será permanentemente monitorado pela FIA. Outra regra para os
veículos é o peso máximo do sistema de baterias e capacitor, que não pode
passar de 200 quilos. O uso de tecnologia de controle de tração é proibido.
SONORIDADE
O ruído produzido pelo Fórmula E será bastante diferente da
Fórmula 1, mas nem por isso deixará de transmitir a sensação de velocidade.
Quando estiver em alta velocidade, o monoposto elétrico será ainda mais notado
do que os motores convencionais, já que o elétrico produzirá 80 decibéis,
enquanto o Fórmula 1 tradicional proporciona 70 decibéis. Como em baixa
velocidade o carro é silencioso, foi criado um sistema de sonorização
artificial para maior segurança, que é ativado quando o veículo faz o pit stop.
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